Megalitismo

No concelho de Mora, arqueologia é quase sinónimo de megalitismo. Antas, sepulturas protomegalíticas, menires e conjuntos de menires fazem efetivamente parte integrante da identidade paisagística deste concelho. A própria geografia da investigação, em Portugal, colocou precocemente o concelho no topo da lista das grandes regiões megalíticas europeias, graças ao trabalho de Vergílio Correia.

[…] Convém desde já adiantar que, no seu conjunto, o Alentejo Central foi uma região particularmente fértil em monumentos megalíticos, estando contabilizados, actualmente, perto de um milhar de registos, de diferentes tipologias, dimensões e estados de conservação.

Neste âmbito, o concelho de Mora ocupa um lugar muito especial, por razões que […] se prendem com o caracter único de alguns monumentos e contextos.

[…] Na verdade, a reputação do megalitismo de Mora, nos meios científicos internacionais, tem um curioso contraponto no reconhecimento, por parte das populações locais, da importância destes monumentos: Essa valorização traduz-se no facto da Vila de Pavia ostentar, como distintivo heráldico, o desenho de uma anta e o próprio povoado ter crescido em torno de um dos exemplares mais extraordinários da região, a Anta-Capela de S. Dinis.

[…] A investigação arqueológica no Concelho de Mora inicia-se, basicamente, na segunda década do séc. XX, com os trabalhos de Vergílio Correia (Correia, 1921).

Anteriormente, temos alguns trabalhos, avulsos, de inventários de sítios e/ou escavações. […] As primeiras referências, arqueológicas, conhecidas, remontam ao séc. XVII, altura em que Manuel Severim de Faria alude à Anta-Capela de S. Dinis. Mas é através dos trabalhos de recolha de Leite de Vasconcelos que nos chegam mais referências a este concelho, centrando-se essencialmente nos testemunhos mais perceptíveis na paisagem, os monumentos megalíticos.

Fonte: Tempo das Pedras – Carta Arqueológica de Mora (2012)

Localização dos Recintos Megalíticos